terça-feira, 8 de setembro de 2009

As dimensões do serviço cristão

Vários textos do Novo Testamento nos dão uma visão integral da salvação de Jesus Cristo. Marcos 5:1-20 é um desses textos. Lá encontramos a narrativa da libertação do endemoninhado gadareno, e como Jesus transformou a sua em todos os sentidos.

Se a salvação de Cristo é integral, também integral deve ser o nosso serviço cristão. O texto básico de nosso estudo nos oferece várias dimensões do serviço que podemos prestar. O texto é didático, e vamos seguir sua ordem natural.

1) A dimensão social. A vida de Jesus nos dá elementos para dizer que ele fez a opção preferencial pela pessoa. Ele veio buscar e salvar o que se havia perdido, que nada mais é que o ser humano (Lc. 19:10). No entanto, percebemos uma preocupação especial de Jesus com os oprimidos (Mt. 11:28-30). Talvez porque os que se acham nesta condição não se sintam necessitados da intervenção de Jesus. O texto usa a expressão: “me ungiu para anunciar boas novas aos pobres”.

A citação em relação ao pobre não pode ser vista apenas por um simbolismo espiritual. Há de fato, uma preocupação Bíblica com a dimensão social do ser humano. Deus não se agrada de que suas criaturas fiquem desguarnecidas e desamparadas em função da opressão alheia ver (Pv. 22:16; Is.10:1,2; Mt. 11:4-6; 19:21; 25:34-40; Gl. 2:10). Há um paralelismo neste texto com a resposta de Jesus aos discípulos de João Batista: “Ide contar a João Batista as coisas que ouvis e vedes: os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho” (Mt. 114,5).

Esta dimensão social do serviço cristão é muito bonita. É como se Jesus estivesse dizendo:
“Os homens podem vetar aos pobres o que há de melhor nesta terra, mas eu lhes abro a possibilidade de participarem do que há de melhor na vida: O Reino de Deus.”

2) A dimensão física. Outra missão que Jesus recebeu e cumpriu com desprendimento foi a assistência às necessidades físicas das pessoas. Jesus não resistia diante dos que sofriam, por um fator decisivo: Ele tinha compaixão (Mt. 9:36; 14:14). Foi movido pela compaixão e porque queria testemunhar da chegada do Reino de Deus e do Poder de Deus que Jesus curou as pessoas. A lista de curas feitas por Jesus é enorme nos Evangelhos.

Não é porque seitas pseudocristãs, infestadas de falsos pastores e charlatães, estão denegrindo a imagem dos cristãos em nossos dias com falsos milagres, e falsos testemunhos de milagres que nós devemos deixar de assistir as pessoas em suas necessidades físicas. Orar pelos enfermos é tarefa nossa (Tg. 5:13-20). Curar os enfermos é tarefa de Deus, segunda a sua Soberana vontade.

3) A dimensão psicológica. Vivemos o século da ansiedade. Mais do que nunca os gabinetes psicológicos estão repletos de pessoas que trazem dentro de si a angústia da vida. São os oprimidos. Esta expressão é variada e fundamenta-se em diversos problemas. São traumas, conflitos conjugais, inadequações sociais, crises de identidade, complexos; muitos localizados na infância, na adolescência e até mesmo na vida adulta. Do ponto de vista cristão, muitas destas questões possuem uma perspectiva espiritual. A tarefa do Messias também foi trazer paz, conforto, segurança, tranqüilidade. Ele veio “pôr em liberdade os oprimidos”. Existe uma dimensão psicológica no serviço cristão que não podemos esquecer. O aconselhamento, uma boa palavra, a camaradagem, a companhia, a oração, uma mão estendida, o estudo da Bíblia, são meios que possuímos de oferecer o conforto de Cristo, a paz que só Cristo dá (Jo. 14:27), àqueles que ao nosso redor tanto necessitam dela.

4) A dimensão espiritual. A utilização da expressão ”proclamar o ano aceitável do Senhor” nos dá a dimensão espiritual da presença de Jesus no mundo. Na verdade todas estas dimensões não existem independentemente. Elas se entrelaçam, fazendo parte do projeto de Deus de implantação do Seu reino de Salvação de “todo o que crê” (Jo. 3:16; Rm. 3:22). Podemos entender o ano aceitável do Senhor como sendo a era messiânica que estava começando em Jesus e que tinha em sua pessoa e obra a expressão máxima. Quando pensamos nisto, esta dimensão espiritual cresce através de todos os meios possíveis, proclamar ao ser humano as boas-novas de que era possível, pela fé em seu sacrifício, ser reconciliado com Deus (Rm. 5:10; 2 Co. 5:18; Ef. 2:16; Cl. 1:20) e alcançar a vida eterna.

sábado, 29 de agosto de 2009

A condição de servo

A temática do serviço cristão que ora estudamos nos faz lembrar a nossa condição de servos. Se olharmos para o antigo testamento, vamos descobrir duas categorias de servos: os trabalhadores, de alguma forma assalariados, e os escravos. A orientação do Antigo Testamento é que nenhum dentre o povo de Deus poderia ser tomado por escravo (Lv. 25:39; I Rs. 9:22), mas se por alguma dificuldade isso ocorre-se, no sétimo ano estaria livre (Ex. 21:2; Dt. 15:12). O que está implícito nesta questão é que todos são servos do Deus altíssimo (Ed. 5:11; Sl. 116:16; 135:14; Dn. 3:26).

Quando os escritores do Novo Testamento começaram a elaborar teologicamente sobre esta condição de “servos de Deus”, utilizaram a mesma nomenclatura “escravos”. A palavra, no grego, é doulos, e é a mesma palavra usada para os escravos existentes entre os romanos. Há, aqui, um paradoxo: somos livres (Gl. 5:1) e somos escravos; somos filhos (Jo. 1:12) e ainda sim escravos. Como entender isso?

No Novo Testamento são 124 ocorrências da palavra doulos, sendo que as maiores incidências são: 30 em Mateus, 26 em Lucas e 30 nas cartas paulinas. O estudo de algumas dessas ocorrências e do contexto em que o Novo Testamento aplicou doulos ao servo de Deus e ao próprio Jesus nos ajudará a esclarecer o assunto.

Em primeiro lugar, vale considerar o valor da liberdade para os gregos. Serem homens livres era fator de regozijo para eles. O Novo testamento questiona essa liberdade, pregando que a pior escravidão existente é aquela que aprisiona o homem ao pecado. Jesus disse: “Todo aquele que comete pecado é escravo do pecado” (Jo. 8:34). Paulo também usa a expressão: doulos tes hamartias, “escravo do pecado” (Rm. 6:17).

Em segundo lugar, não há no Novo Testamento nenhum sentido de libertação para o nada, para o vazio, para se fazer o que der vontade, segundo as próprias intenções do coração. O sentido da libertação do Novo Testamento é de uma condição de servidão opressora para uma condição de serviço libertador. É isto que vemos em Rm 6:18: “e libertos do pecado, fostes feito servos da justiça”.

Em terceiro lugar, há que se considerar que todo servo possui um senhor. Em relação aos cristãos, seu Senhor, soberano, que comanda um novo Reino de justiça, de paz e de alegria. Os servos de Deus devem ser obedientes a este Kurios, cumprindo sua vontade e contribuindo para a expansão do Reino na terra. Paulo exorta aos crentes de Roma: “Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor” (Rm. 12:11).

Em quarto lugar, vamos encontrar em Jesus o exemplo máximo de servo. Em Isaías. 53:4, ele nos dá uma amostra desta condição do Messias: “verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas dores e enfermidades, e carregou as nossas dores, e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido”. Mas também o Novo Testamento descreve Jesus nesta condição. Vamos tomar o texto de Filipenses para exemplificar isto: “De sorte que haja em vós aquele mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, o qual subsistindo em forma de Deus, não usurpou ser igual a Deus, mas antes se esvaziou de si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. E achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte e morte de cruz” (Fp. 2:5-8).

Em suma, quando o crente responde o chamado de Cristo para o serviço, está tão-somente dispondo-se a seguir as pegadas do Mestre, que foi o exemplo maior de desprendimento, amor e serviço.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Ajude-me com postagens para o blog

Estou à procura de colaboradores para o "Doulos Cristou Iesou", tenho a intenção de conseguir colaboradores para escrever postagens para este blog. Desta forma, fica aqui o convite a você irmão ou irmã em Cristo que também é um doulos - escravo - de Cristo, e deseja contribuir de alguma forma com o conteúdo deste blog, para isso entre em contato comigo que estarei retornado para darmos início ao trabalho.

A intenção é publicar conteúdo relacionado ao Evangelho de Cristo, não o evangelho adulterado, mas o Evangelho autêntico que prioriza o Reino de Deus e o resgate do homem. Este Evangelho está sendo esquecido. Cada vez mais, os homens buscam para si glória, fama, aplausos, dinheiro, riqueza, poder, autoridade e tudo mais que satisfaça seu ego. Nem parecem servos, parecem senhores. Se você também se sente inconformado com este sistema religioso que os homens inventaram, me ajude postando textos que sirvam de estímulo no resgate da sã doutrina.

Para entender melhor leia: Eu não "tô" entendendo mais nada